por Jessica Toothman - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Apesar da crença de que o ser humano domina o reino animal no quesito “inteligência”, nós ocupamos atualmente o terceiro lugar entre as espécies mais inteligentes do planeta – pelo menos de acordo com Douglas Adams, autor do “Guia dos Mochileiros das Galáxias”. Brincadeiras à parte, há algo para ser dito a respeito da ideia de Douglas, especialmente sobre a espécie rankeada em segundo lugar: os golfinhos.
Ao comparar a massa corporal, o cérebro dos golfinhos, e particularmente o cérebro dos golfinhos nariz-de-garrafa, é bastante semelhante ao cérebro dos humanos. Eles até mesmo aparecem em segundo lugar em termos de massa relativa - acima de todas as outras espécies [fonte: The Sunday Times]. O cérebro dos golfinhos também possui características similares que estão frequentemente associadas a funções superiores.
Os golfinhos nariz-de-garrafa possivelmente possuem habilidades para compreender uma linguagem avançada, tornando-os capazes de entender uma série de gestos em ambos os sentidos semânticos e sintáticos. Eles também compreendem que palavras generalizadas, como “bola” podem se referir a objetos com características físicas similares. Eles compreendem conceitos numéricos básicos, e são capazes de entender e reagir a questões sobre objetos fora de suas proximidades. Eles processam as informações recebidas tanto pelo modo acústico como visual, permitindo a eles reconhecer cenas que aparecem na televisão (algo que os chimpanzés precisam de muito treino para conseguir fazer). Os golfinhos podem então responder à imagem com uma precisão comparável aos níveis de respostas humanas, mesmo com os elementos visuais não aparecendo de maneira tão clara.
Os golfinhos compreendem apontando – novamente, algo que os chimpanzés não conseguem fazer. Levando-se em conta que os golfinhos não têm braços, esta é a habilidade mais impressionante, embora alguns pesquisadores suspeitem que a experiência dos golfinhos com a ecolocação (percepção de posição através do eco) prepare-os para tal.
Os golfinhos também parecem demonstrar consciência de si mesmos – para tanto foram usados espelhos para que eles se reconhecessem através da identificação de marcas discretas colocadas em seus corpos. Eles também possuem uma percepção de memória tanto para atividades antigas como para atividades recentes, como por exemplo, a habilidade que eles têm de repetir novos comportamentos e performances estimuladas pelos seus treinadores. Golfinhos são excelentes imitadores, tanto vocalmente como a nível comportamental. Eles são capazes não apenas de imitar um ao outro, mas os humanos também, o que significa que eles podem utilizar partes do corpo deles no lugar das nossas, como por exemplo, usar a cauda para imitar nossa perna.
Os golfinhos nariz-de-garrafa também são famosos por ensinar novos truques uns aos outros. Por exemplo, um golfinho machucado aprendeu a usar apenas a cauda para nadar, enquanto se recuperava em cativeiro; ao ser liberado ele ensinou a “técnica” aos outros golfinhos. Em outro caso, os golfinhos demonstraram sua capacidade de resolver problemas de adaptação ao nadarem com esponjas marinhas em seus bicos protegendo-os contra a picada do peixe espinhoso.
Em um terceiro e também interessante cenário, embora em laboratório, foi permitido aos golfinhos nariz-de-garrafa escolher a opção “Eu não sei” durante um difícil teste. Quando os golfinhos escolhiam esta opção, eles provavelmente seguiam seus próprios meios de pensamento. Isto indica o conceito cognitivo conhecido como metacognição, que alguns consideram como um indicativo de autoconhecimento e consciência superior.
Será que tudo isso faz com que os golfinhos sejam intelectualmente iguais a nós? Talvez não, mas é justo dizer que os golfinhos são especialmente sofisticados quando se trata de inteligência.
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