quarta-feira, 16 de junho de 2010

Marina Silva diz que Lula não precisa de "continuador"

16/06/2010 - 12h10
Lula não precisa de "continuador", diz Marina Silva

Andréia Martins
UOL Eleições
Em São Paulo

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não precisa de um continuador. A afirmação foi feita durante a sabatina realizada pelo UOL e Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (16), da qual a senadora foi a primeira a participar.

Para a senadora, Lula não precisa nem “de um opositor, que faz oposição por oposição e não reconhece as conquistas, nem de um continuador que ache que está tudo bem e é só continuar”, numa clara referência aos adversários Serra e Dilma. “Lula precisa de um sucessor para agregar conquistas e apontar novas direções”, disse.

Questionada sobre o seu discurso de que está na hora do Brasil eleger uma mulher para presidente, Marina disse que o certo seria fazer a pergunta ao contrário: “Por que ainda não elegemos uma presidente se elas são mais da metade da população? As mulheres são igualmente capazes e competentes”, disse a senadora, que não apontou diferenças entre ela e a candidata petistas, jogando a responsabilidade no eleitorado.

“As pessoas vão ter que identificar. Independente do estilo, visão, modo de ser, do fator feminino, as pessoas terão que se perguntar quem atualiza o modelo de desenvolvimento?”.

Senadora diz que poderia ter ficado no PT

Durante o evento, Marina declarou que se o PT tivesse assumido o compromisso com a sustentabilidade teria permanecido no partido e tentado uma candidatura.

“Nem precisaria ser eu a candidata, bastaria o PT estar comprometido com a causa. Eu ainda seria cabo eleitoral como sempre fui”, disse a senadora.

"Sai do PT porque o PT não foi capaz de entender a questão da sustentabilidade ambiental como sendo fundamental para o país”, completou a senadora, que ainda criticou os demais partidos por terem a mesma visão e "não acompanharem o movimento", disse referindo-se às políticas ambientais.

Nesse sentido, Marina ainda voltou a dizer que seus adversários, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), são totalmente parecidos. “Ambos têm a visão apenas desenvolvimentistas, crescimentista".

Ao responder porque não deixou o PT na época do mensalão, Marina afirmou que queria continuar no partido para tentar mudar as pessoas.

"Eu não pratiquei mensalão e milhares de pessoas não fizeram mensalão", defendendo que não seja feita uma generalização com o PT. Segundo a senadora a cobrança foi feita mais enfaticamente pelo fato de o partido se portar como um bastião da ética.

"Nenhum partido é perfeito. Assim como o PT o PV também tem problemas", disse. Sobre a presença de Sarney Filho no PV e em sua campanha, a senadora disse que ele não pode ser comparado ao pai, o presidente do Senado José Sarney (PMDB). “Eles não são a mesma pessoa. Ele [Sarney Filho] vem da política tradicional, mas assumiu outra posição”, disse.

Marina volta a dizer que Brasil precisa de planejamento

Na sabatina, Marina reforçou declarações como a não concordância com a construção da usina de Belo Monte e disse que obter energia tendo o petróleo como fonte, hoje “é um mal necessário”. Para Marina, o Brasil precisa de planejamento. "O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um programa de gestão de obras. Temos que sair desse gerenciamento para o planejamento”, disse. No setor energético, afirmou que “não dá para ficar na forca. É preciso ter olhar estratégico”.

Nenhum comentário: