quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ruralistas tentam acelerar votação do Código Florestal, alerta Marina Silva

07/12/2010 - 20h18
Ruralistas tentam acelerar votação do Código Florestal, alerta Marina Silva em Cancún

Do UOL Ciência e Saúde*

Atualizada em 08.12.2010

A bancada ruralista apresentou, nesta terça-feira (7), uma lista com mais de 370 assinaturas para colocar o projeto de lei que institui o novo Código Florestal em votação em regime de urgência na Câmara dos Deputados. A informação é da ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva, que acompanha as negociações sobre o clima na COP-16, em Cancún.

Marina diz que procurou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e ele lhe deu garantias de que o assunto não seria votado nesta legislatura. Além disso, não houve acordo entre os líderes da Câmara para incluir o requerimento na ordem do dia nesta terça-feira. Mas a ex-ministra teme que, com as assinaturas em mãos, não haverá como impedir a aprovação do regime de urgência.

“Estou tentando conseguir a lista dos deputados que chancelaram esse pedido de urgência, porque é muito bom que a sociedade possa dialogar com aqueles que estão assinando essa irresponsabilidade, que é um verdadeiro retrocesso na legislação”, afirmou Marina Silva ao UOL Ciência e Saúde em Cancún.

Ao site Congresso em Foco, o líder no governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), admitiu apoiar a votação do pedido de urgência este ano para que a matéria seja votada no ano que vem.

A presidente eleita Dilma Rousseff, durante o segundo turno das eleições, comprometeu-se a vetar a anistia aos desmatadores e a redução das áreas de proteção permanente da floresta Amazônica caso estas alterações do Código Florestal sejam aprovadas pelo Congresso. O perdão aos desmatadores e a redução das áreas de preservação são os pontos mais polêmicos do Código.

Sobre a conferência em Cancún, Marina diz que a expectativa é que a reunião defina um “caminho operacional” para a aprovação de um acordo com compromissos vinculantes para todos os países no ano que vem, na COP da África.

* Colaborou Camila Campanerut, do UOL Notícias em Brasília

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