terça-feira, 30 de março de 2010

PV realiza panfletagem para conscientizar a população sobre a reciclagem

O Partido Verde (PV) realizou uma panfletagem na avenida Frei Serafim na manhã desta segunda-feira (29) pelo "Dia da Reciclagem do Lixo", criado pela Lei Municipal nº 3.781/08, de autoria da vereadora Teresa Britto, que criou a data de 28 de março.

Mais de cinco mil panfletos foram distribuídos para conscientizar a população da importância da reciclagem do "lixo eletrônico", que pode causar graves estragos no meio ambiente.

O lixo eletrônico, também conhecido como "e-lixo", são os equipamentos eletrônicos, elétricos e resíduos como pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD, CDs, rádios, lâmpadas fluorescentes e outros equipamentos. Constituem-se num sério risco, por ter em sua composição substâncias tóxicas nocivas à nossa saúde e ao meio ambiente, como metais pesados. Estes elementos químicos liberados pelo lixo eletrônico contaminam o solo e podem chegar ao lençól freático.

Entretanto, busca-se através de pesquisas uma logística reserva, onde o processo produtivo se responsabilize por recolher, reutilizar e descartar adequadamente subprodutos e resíduos de produtos potencialmente poluentes ou tóxicos. Para descartar aparelhos celulares e baterias, o aconselhado é procurar as revendedoras da marca que devolvem estes aos fabricantes. Os eletrodomésticos podem ser doados aos profissionais que consertam aparelhos com defeito ou instituições que reaproveitam e descartam adequadamente estes produtos.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Mais de 3.000 cidades em 125 países participaram da "Hora do Planeta"

29/03/2010 - 15h44
Mais de 3.000 cidades em 125 países participaram do "apagão" pelo clima

da Folha de S. Paulo

No mundo inteiro, em protesto contra o aquecimento global, monumentos, prédios e locais famosos tiveram as suas luzes apagadas. Foi a edição de 2010 da "Hora do Planeta", na noite de sábado.

Participaram 3.483 cidades em 125 países, deixando seus marcos no escuro. Entre eles, no exterior, a torre Eiffel, o Coliseu, o Big Ben, o Empire State Building, em Nova York, e as pirâmides do Egito.

No Rio, entre outros pontos, a luz se apagou na orla de Copacabana, no Cristo Redentor e no Pão de Açúcar. Em São Paulo, na Ponte Estaiada e no Pacaembu. Em Brasília, no Congresso Nacional. No total, 72 cidades do país participaram.

É a quarta edição da "Hora do Planeta" e a segunda da qual o Brasil participa. Ela é organizada pela ONG WWF. A ideia é simbolicamente reduzir o consumo de energia no planeta.

Início

O evento começou pequeno, em 2007, apenas em Sydney. "Nós nunca, nem em nossos mais loucos sonhos, imaginávamos que se espalharia dessa forma", diz o inglês Andy Ridley, diretor da iniciativa.

Em 2008, 35 países participaram. Em 2009, 88. O ano de 2010 teve, portanto, uma adesão recorde, com 125 países.

A edição de 2010 ocorre três meses após o fracasso da cúpula do clima de Copenhague. Na época, países como Estados Unidos, China e Índia, que apagaram juntos as luzes no sábado, não chegaram a um acordo consistente, com força de lei, contra as emissões globais de gases-estufa.

A próxima cúpula do clima ocorre no final do ano, no México. Negociadores importantes em Copenhague se mostram pessimistas. O ex-secretário-executivo da ONU para o clima Yvo de Boer disse à Folha em fevereiro que não acredita que um acordo expressivo possa ser finalizado por lá.

domingo, 28 de março de 2010

Filme "Avatar" foi feito para conscientizar sobre mudanças climáticas

27/03/2010 - 19h24
Em Manaus, Cameron diz que fez "Avatar" para conscientizar sobre mudança climática

Alba Fernández Candial
Manaus

O diretor de cinema canadense James Cameron afirmou hoje no coração da Amazônia que seu último filme, "Avatar", foi feito para combater o ceticismo e conscientizar as pessoas sobre a necessidade de fazer algo contra a mudança climática.

"Essa é a magia dos filmes: podem mudar a percepção da realidade" disse Cameron, que participou hoje em Manaus do Fórum Internacional sobre Sustentabilidade da Amazônia.

O cineasta explicou que as pessoas tendem a negar as consequências negativas da mudança climática expostas pelos cientistas ou em documentários como "Uma verdade inconveniente" do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que também participou ontem do Fórum.

Cameron ressaltou que os argumentos racionais dos cientistas "não servem contra a carga emocional da negação" mas que, por outro lado, a emotividade de um filme pode sim mexer com as consciências.

"Não pretendo ser um cientista nem um especialista, mas talvez seja preciso um artista para falar sobre a mudança climática", afirmou o cineasta, que acrescentou que "Avatar" pretende retratar a forma como a sociedade tecnológica trata a natureza.

O diretor explicou que da mesma forma que os "Na'vi" (moradores do planeta em que se passa "Avatar") acham que todos os seres viventes estão conectados, os ambientalistas atuais demonstraram que todos os sistemas do planeta afetam uns aos outros e que, por esse motivo, nossas ações têm repercussões globais.

O diretor comparou os seres humanos com bactérias em uma placa de Petri: crescem, se multiplicam, invadem seu entorno e no final morrem.

"Nós estamos nos estendendo por todas as partes: o que vai acontecer quando a Terra não puder mais?", questionou Cameron, que advertiu sobre a insustentabilidade do modelo de globalização em que as tendências de consumo aumentam e os recursos se esgotam.

Segundo o diretor de "Titanic", o fato de que uma grande produção de Hollywood como "Avatar" tenha uma mensagem ética e, por sua vez, tenha tido êxito na bilheteria indica que o mundo está preparado para reagir e atuar contra a mudança climática.

"Quando o Titanic afundou, as pessoas da primeira classe e da terceira classe se uniram para sobreviver", brincou Cameron, que acrescentou que a situação do planeta é crítica e por isso é preciso uma "ação extraordinária" por parte de todos.

Ao mesmo tempo, Cameron apelou para a responsabilidade individual de todos na hora de lutar contra a mudança climática e defendeu o poder das pequenas ações como reciclar, realizar um consumo responsável de energia ou dirigir carros híbridos.

O diretor de "Avatar" ressaltou a necessidade de começar a atuar imediatamente, embora manter uma atividade ecológica e sustentável requeira mais esforços porque "no futuro os juros desta dívida (com o planeta) serão pagos com vidas".

"Somos os proprietários do nosso futuro e devemos ser os guerreiros do nosso planeta", defendeu, em uma clara referência aos personagens de seu filme, que lutam para libertar seu habitat natural da ameaça dos humanos.

Após defender o diálogo entre as tribos indígenas de todo o mundo e a sociedade tecnológica, Cameron pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que reconsidere alguns projetos de infraestrutura na floresta que ameaçam tribos amazônicas.

No final de seu discurso, Cameron teve a oportunidade de conhecer o líder de uma tribo indígena da Amazônia. "Cada vez que uma destas tribos desaparece perdemos algo fundamental em nossa história", concluiu.

O Fórum Internacional de Sustentabilidade terminou nesta tarde em Manaus com a apresentação da "Carta do Amazonas", uma declaração de princípios que defende a preservação da floresta e o "dever mundial" de proteger o pulmão do planeta.

Fonte: efe

sábado, 27 de março de 2010

Caso Isabella: pai e madrasta são condenados

27/03/2010 - 00h29
Pai de Isabella é condenado a 31 anos de prisão por matar a própria filha; madrasta pega 26

Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Atualizada à 01h59

O Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, condenou no início da madrugada deste sábado (27) Alexandre Nardoni, 31, e Anna Carolina Jatobá, 26, pelo assassinato de Isabella Nardoni, morta aos 5 anos de idade, ao ser atirada pela janela do 6º andar do apartamento onde vivia o pai e a madrasta. No total, Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e dez dias de prisão e Jatobá a 26 anos e oito meses. A defesa anunciou que vai recorrer da decisão.

A decisão foi tomada pelos jurados – quatro mulheres e três homens --, que entenderam que os réus cometeram homicídio triplamente qualificado, por usarem meio cruel (asfixia), dificultarem a defesa da vítima, que foi arremessada pela janela inconsciente, e alterarem o local do crime. O julgamento considerou agravante o fato de a menina ter menos de 14 anos de idade. Nardoni também foi condenado por cometer crime contra descendente. Os Nardoni vão cumprir a sentença em regime fechado.

A Justiça não divulga mais como votaram cada um dos jurados devido às mudanças promovidas pela nova lei do código penal.

O casal ficou algemado durante a leitura da sentença: Nardoni recebeu a pena de forma impassível e Jatobá, chorou.

O veredicto foi comemorado com coro de pedidos por justiça pela multidão que acompanhou o resultado do julgamento do lado de fora do Fórum de Santana. Alguns manifestantes chegaram a soltar fogos de artifício.

Logo depois do término da leitura da sentença, o casal retornou, em camburões diferentes, para o presídio de Tremembé, no interior paulista, onde já estavam havia quase dois anos. Esse período será abatido do tempo de condenação definido pelo juiz.

Quando ambos os camburões passaram pela frente do fórum, populares bateram na lateral dos veículos enquanto gritavam "assassinos".

O julgamento teve início nesta segunda-feira (22), quando o casal se encontrou pela primeira vez desde maio de 2008. Em seguida, foram tomados os depoimentos das testemunhas. Os réus foram os últimos a serem ouvidos. A última fase foi a dos debates, quando defesa e acusação apresentaram seus argumentos.

Último dia

A derradeira sessão do julgamento começou com os argumentos do promotor Francisco Cembranelli. Ele afirmou que o casal Nardoni estava no apartamento quando a menina Isabella foi atirada. Segundo ele, a perícia demonstra que "os Nardonis são mentirosos" e não conseguem contestar provas técnicas.

Também de acordo com o promotor, os depoimentos das testemunhas indicam que a madrasta tinha "rompantes e descontroles". Cembranelli ainda ironizou a versão da defesa de que uma terceira pessoa teria cometido o crime.

Mais tarde, o advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval, tentou plantar a dúvida nos jurados, usando o misterioso desaparecimento da britânica Madeleine McCann em 2007 para isentar os dois da culpa pela morte da menina Isabella.

Podval afirmou que, assim como os pais de Madeleine McCann, que foram acusados pelo sumiço da menina em Portugal, pai e madrasta de Isabella não podem ser condenados por um crime do qual se dizem inocentes.

Durante o tempo destinado à réplica da Promotoria, Cembranelli chamou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá de mentirosos novamente e rebateu os pontos levantados pela defesa do casal, acusado de matar a menina Isabella Nardoni.

O promotor disse que os réus são "mentirosos" e utilizou seus últimos minutos de palavra para atacar a atitude no casal no dia do crime. Ele usou uma linha do tempo para provar que os Nardoni estavam no apartamento no momento exato da queda de Isabella. E listou, em cerca de meia hora, todas as contradições encontradas por ele desde a "noite trágica".

O advogado Roberto Podval defendeu a absolvição do casal Nardoni em sua tréplica. Podval voltou a dizer que faltam provas que incriminem Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e destacou informações que acredita serem fundamentais para questionar a tese da acusação.

"Me causou estranheza. Com todo esse sangue encontrado no apartamento, Alexandre foi mostrado carregando Isabella, ela tinha sangue na mão. A pergunta que fiz para a perita [Rosângela Monteiro] foi: 'Encontraram algum sangue na roupa dele ou dela?'. E a resposta foi 'Não'. Não pingou nada. A roupa dele não tinha que ter alguma coisa, um pingo, uma gota de sangue? Ele não merece a dúvida da inocência?"

Podval citou também a falta de exame nas unhas do casal, o que, segundo ele, mostra que não há como dizer quem foi responsável pela esganadura de Isabella.

Link da matéria:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/27/casal-nardoni-e-condenado.jhtm

sexta-feira, 26 de março de 2010

Marina Silva mobiliza para "A Hora do Planeta"

Por Marina Silva

Vocês já sabem: o aquecimento global é uma das grandes preocupações do momento. Pesquisas recentes indicam que uma ligeira variação na temperatura do planeta pode inviabilizar a vida ou, pelo menos, causar grandes transtornos para a humanidade.

No próximo sábado, pessoas de todo o planeta se unirão para demonstrar às autoridades mundiais a sua preocupação com esse problema que atinge todos nós. A Hora do Planeta é uma maneira simples mas também poética para qualquer um se manifestar.

A proposta é muito simples: vamos apagar as luzes por uma hora, entre 20:30h e 21:30h. Como muitas pessoas participam, o efeito é monumental. Bairros e cidades inteiros escurecem quase no mesmo instante.

Além de apagar as luzes da sua casa, você também pode ajudar avisando e incentivando os seus amigos e familiares a participarem. Faça isso e depois me conte se essa não foi uma experiência emocionante.

Fonte: Blog de Marina Silva

quarta-feira, 24 de março de 2010

Hora do Planeta: apague as luzes e ajude a combater o aquecimento global

22/03/2010 - 18h08
Monumentos do mundo inteiro apagam suas luzes neste sábado

Da Redação

Atualizada em 24.03.2010

Neste sábado (27), às 20h30, cartões-postais do mundo todo apagarão suas luzes por uma hora em um ato simbólico contra o aquecimento global. Pelo menos 812 monumentos famosos, como a Torre Eiffel, em Paris, e o Portão de Brandenburgo, em Berlim, ficarão no escuro. O ato já conta com participação de 120 países.

No Brasil, 145 monumentos e locais públicos serão apagados, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Ponte Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo, o Palácio de Cristal, em Curitiba, e o Arco da Praça Portugal, em Fortaleza.

A campanha tem o apoio de 61 cidades brasileiras - das quais 15 são capitais em 19 Estados em cinco regiões do país, além de mais de 1.500 empresas e 249 organizações.

O evento, que no país é comandado pelo WWF-Brasil, convida todas as pessoas a desligarem a luz de casa para fazer parte do ato. A campanha lançada este ano conta com apoio de empresas e de celebridades, como a atriz Cristiane Torloni e a apresentadora Preta Gil.

Como vai ser
As três cidades situadas mais ao norte no globo, Murmansk (Russia), Hammerfest (Noruega) e NuuK (Groelândia), e as três mais ao sul, Hobart (Austrália), Ushuaia (Argentina) e Queenstown, na Nova Zelândia, também estão engajadas na Hora do Planeta 2010 e levarão o movimento literalmente de norte a sul da Terra. E vai ser inclusive na Nova Zelândia que o movimento global irá começar. Pelo fuso horário, as Ilhas Chatham serão o primeiro local a apagar suas luzes.

Realizada pela primeira vez em 2007, em Sidney, na Austrália, a Hora do Planeta 2010 superará todos os recordes de adesões dos anos anteriores. Esta edição conta com 33 novos países, entre eles Nepal, Mongólia, Arábia Saudita, Nigéria, Paraguai, Uruguai e Marrocos.

Efeito estufa
No Brasil, a WWF escolheu como temas da Hora do Planeta o combate ao desmatamento, a proteção e recuperação de áreas de preservação permanente, como as matas ciliares e as nascentes, e a obrigatoriedade do cumprimento das metas de redução de desmatamento e de emissões de gases de efeito estufa assumidas na Conferência de Copenhague em 2009 (COP-15 da UNFCCC).

O país é considerado o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. A maior parte da emissão (75%) é proveniente de queimadas e desmatamento.

O site oficial da campanha para obter mais informações e se cadastrar é www.horadoplaneta.org.br.

Fonte: UOL Ciência e Saúde

segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia Mundial da Água

Dia da vida

Por Marina Silva

SEM ÁGUA não existe vida, saúde ou desenvolvimento sustentável. Se a água for mal tratada e mal gerida, pode ser morte, doença e desigualdade social. E, a cada ano que passa, torna-se maior o complexo desafio para o homem tratar da questão da água em um cenário de industrialização, de urbanização e de mudanças climáticas.

Todos os cenários vislumbrados para o Brasil, no âmbito das mudanças climáticas, apontam para alteração do padrão de chuvas no ano. Avaliando-se o que já acontece hoje em todas as regiões do país, é de se esperar que aumentem os efeitos desastrosos desses fenômenos naturais.

Historicamente, temos tratado a água como um recurso inesgotável.

Embora vivamos em um planeta cuja superfície é ocupada por cerca de dois terços de água, esquecemos que apenas 0,09% dessa água pode ser aproveitada para consumo do homem. E há uma parte significativa que já foi poluída ou degradada pela ação humana.

O Brasil é favorecido com o maior volume de água doce do planeta. Entretanto, difundiu-se aqui, desde Pero Vaz de Caminha, a falsa ideia de abundância. É enganosa a ideia, uma vez que a distribuição é desigual e a maior parte da água está concentrada na bacia amazônica.

Como destino natural das águas de chuvas em um território, os rios, os lagos e os mares trazem em suas entranhas as marcas e os reflexos das atividades humanas. Os rios traduzem, assim, as virtudes e as mazelas de nossa relação com o meio ambiente. Viram o melhor indicador do gerenciamento e da consciência ambiental de uma sociedade. Sob essa perspectiva, há pouco a festejar e muita preocupação com o Dia Mundial da Água, celebrado hoje. Para se ter uma ideia, a maior parte do esgoto gerado nas cidades é despejado sem tratamento nos cursos d’água.

Nas últimas décadas, o Brasil avançou na criação de um aparato legal e institucional que permite gerenciar, de forma adequada, as águas do país. É um sistema que exige a participação cidadã e a consideração das diferentes situações regionais.

Com esse sistema implantado, certamente o Brasil estaria mais bem preparado para enfrentar os desafios que se avizinham. No entanto, o batalha é ainda imensa, já que a questão da água ainda não ocupa a prioridade que deveria ter para os gestores públicos.

Fizemos o Plano Nacional de Recursos Hídricos com intensa participação da sociedade. Agora precisamos enfrentar o grande desafio de implementá-lo. Saneamento básico é a prioridade, investimento obrigatório para quem deseja uma sociedade que sabe cuidar das suas águas em benefício de seus cidadãos.

Publicado na Folha de São Paulo em 22/03/2010.

domingo, 21 de março de 2010

Ayrton Senna queria ser fiscal da natureza

21/03/2010 - 07h02
"Ayrton queria ser fiscal da natureza ao parar de correr", diz Viviane Senna

Guga Fakri
Em São Paulo

Ayrton Senna completaria 50 anos neste domingo. Famoso por sua paixão e comprometimento com o trabalho nas pistas, é difícil imaginar que o tricampeão mundial de Fórmula 1 (1988, 1990 e 1991) não estaria envolvido com automobilismo quando completasse meio século de vida.

No entanto, em entrevista ao UOL Esporte, a irmã de Ayrton, Viviane Senna, revelou um plano curioso de seu irmão para quando se aposentasse das pistas, nas quais buscava implacavelmente igualar o então maior vencedor da história da F-1, o argentino Juan Manuel Fangio, pentacampeão mundial em 1951, 54, 55, 56 e 57.

“Antes de parar de correr, ele queria igualar o Fangio com cinco títulos. Mas lembro de uma vez em que ele me contou que depois de parar queria ser fiscal da natureza em Angra”, contou Viviane. Apesar de aparentemente estranha, a vontade de Ayrton tinha fundamento, já que ele costumava passar suas férias descansando na casa de praia da família em Angra dos Reis, ou na fazenda de Tatuí, no interior de São Paulo.

Presidente do Instituto Ayrton Senna, que já atendeu mais de 11,5 milhões de crianças desde sua fundação, em 1994, e foi criado a partir de uma ideia do próprio piloto, Viviane disse que dificilmente seu irmão estaria trabalhando atrás de uma mesa hoje em dia.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Marina Silva vira "celebridade" no Dia da Terra

Pré-candidata do PV, que articula encontro com Al Gore, será oradora de evento nos EUA ao lado de estrelas do cinema

Leonardo DiCaprio, Barbra Streisand e Martin Scorsese também participarão da festa do 40ª aniversário do The Day Earth, em abril

MALU DELGADO - DA FOLHA DE S.PAULO


Pré-candidata do PV à Presidência, a senadora Marina Silva (AC) terá seu momento de celebridade internacional no dia 25 de abril, quando participará como oradora, em Washington, do 40º aniversário do Dia da Terra (The Earth Day). O coordenador nacional da pré-campanha de Marina, o vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ), confirmou ontem a presença da senadora no evento.

O badalado encontro internacional, organizado pela Earth Day Network, colocará a senadora ao lado de figuras como o ator Leonardo DiCaprio, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, o diretor Martin Scorsese, a cantora Barbra Streisand e o fundador da rede de TV americana CNN, Ted Turner, além de uma infinidade de artistas, músicos, cineastas, atletas e ambientalistas, todos membros do comitê consultivo da Earth Day.

A Earth Day Network é uma rede global de proteção ao meio ambiente, pró desenvolvimento sustentável, que reúne parceiros e entidades ambientalistas de 174 países. A estimativa da rede é que até 1 bilhão de pessoas participem das atividades comemorativas do Dia da Terra, em abril, para promover a conscientização mundial sobre questões ambientais.

O evento deverá ser transmitido ao vivo pela CNN e contará, ainda, com a presença de representantes do alto escalão do governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

A direção do PV espera que Marina tenha a oportunidade de manter contatos com membros do governo norte-americano e também com o democrata Al Gore. O comando da pré-campanha do PV estuda a viabilidade de um encontro da senadora com o democrata no Brasil, no próximo final de semana, mas há problemas de compatibilidade de agenda. Al Gore estará em Manaus nos dias 26 e 27 deste mês, ao lado do diretor de cinema James Cameron, do filme "Avatar". Ambos participarão do 1º Fórum Internacional de Sustentabilidade. Trata-se de evento privado, para o qual Marina não foi convidada.

Segundo o ex-deputado Luciano Zica (PV-SP), que cuida da agenda pré-eleitoral de Marina, a senadora, nestes dias, estará em Serra Negra, Atibaia e Araraquara. Além de encontro com prefeitos e com militantes do PV, Marina conversará com mulheres trabalhadoras rurais de São Paulo. Até o momento, o PV ainda não conseguiu viabilizar um encontro de Marina com Al Gore no Brasil.

O convite para Marina discursar no mais importante evento do 40º aniversário do Dia da Terra, que será celebrado em simultaneamente em várias cidades dos EUA, partiu da presidente do Earth Day Network, Kathleen Rogers. A pré-candidata é convidada a falar sobre "sua conexão pessoal com o meio ambiente e seu trabalho para protegê-lo".

quarta-feira, 17 de março de 2010

Prestes a deixar cargo, Ministro do Meio Ambiente muda discurso

17/03/2010 - 11h13
Prestes a deixar cargo, Minc busca antecipar meta contra desmate do cerrado

EDUARDO SCOLESE
da Folha de S. Paulo, em Brasília

A duas semanas de deixar o governo, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) atacou nesta terça-feira (16) a proposta brasileira para a redução do desmatamento no cerrado, apresentada na conferência do clima da ONU, em dezembro, em Copenhague.

Segundo ele, é um "absurdo" reduzir em 40% o desmate no bioma somente em 2020. Essa meta foi definida pela Casa Civil e pelo Itamaraty e contou com ajuda do próprio Minc.

Agora, às vésperas de deixar o cargo e disputar uma vaga de deputado estadual no Rio, o ministro petista decidiu atacar a proposta e apresentar ao presidente Lula a antecipação dessa meta para 2012, o que promete fazer ainda nesta semana.

O Meio Ambiente propõe que a média de 14 mil hectares devastados no cerrado entre 2003 e 2008 caia para 8.500 hectares na média entre 2009 e 2012, e não mais 2020.

"Chegar a 8.500 [hectares] em 2020 é um absurdo, quase metade do cerrado já foi para o brejo. Esse ritmo vai inviabilizar alguns ecossistemas, algumas espécies, algumas fontes hídricas", disse o ministro.

A meta brasileira fala também na redução de 80% no desmatamento na Amazônia.

Carvão e grãos

A fala de Minc ocorreu em entrevista na qual anunciou propostas para compor o plano de prevenção e controle do desmatamento e queimadas no cerrado, bioma forte na produção de grãos, em especial a soja, e de carvão para o abastecimento de siderúrgicas.

Todas essas propostas terão de passar pelo crivo de outros ministérios e do presidente antes de serem transformadas em decretos e portarias de governo --para o que não há prazo, já que se trata de ano com eleições presidenciais e de discussão sobre mudanças na legislação ambiental no Congresso.

Apesar disso, Minc insinua uma obrigação do governo. "Se [o governo] não quisesse tomar medidas fortes para proteger o cerrado, não teria adotado uma meta com a ONU de redução do desmatamento do cerrado. A gente quer que essa meta seja mais forte", declarou.

Além da antecipação da meta, Minc propõe, por exemplo, a criação de uma espécie de "lista suja" dos municípios que mais desmatam o cerrado, assim como já existe na região amazônica. Com isso, as propriedades com problemas ambientais e fundiários nessas localidades ficariam impedidas de captar créditos oficiais.

"Alguma chiadeira vai ter, mais isso faz parte", disse, em relação a possíveis críticas dos ruralistas a essas propostas.

Minc quer também que Lula abrace a proposta de impor 2013 como limite para que as siderúrgicas do país deixem de usar carvão de matas nativas.

terça-feira, 16 de março de 2010

Audiência Pública das hidrelétricas no Rio Parnaíba mostra falhas dos proponentes

Foi realizada na quarta-feira (10) a 12ª e última Audiência Pública sobre as cinco hidrelétricas no Rio Parnaíba. A audiência ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEP) e contou com a participação da população ribeirinha das cidades que irão receber as barragens.
Houve manifestação por parte da grande maioria dos participantes, apoiada por ambientalistas de Teresina.
A principal discussão se deu porque o projeto não inclui a construção de eclusas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Pesquisador alerta para risco de tsunami no Piauí

10 de Março de 2010 18:36
Pesquisador alerta para risco de tsunami no Piauí

O litoral nordestino, em especial o trecho que fica acima do estado da Paraíba, pode ser atingido por um tsunami. O alerta é do pesquisador paraibano Paulo Roberto Rosa, especialista em riscos geológicos da Universidade Federal da Paraíba.

Em entrevista ao Jornal do Comércio, Rosa revelou que caso se concretize a erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, prevista pelo cientista Steven Ward, da Universidade da Califórnia, ondas gigantes podem chegar ao Brasil. O vulcão entrou em atividade pela última vez no século 18, e as erupções obedecem a ciclos de aproximadamente 250 anos.

O pesquisador João Adauto de Souza Neto, coordenador do curso de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco, alerta às defesas civis dos estados que podem ser atingidos - Ceará, Piauí, Maranhão e litoral norte do Rio Grande do Norte - para que estejam preparadas para informar a população em tempo hábil. “Temos que ter um serviço de informações eficiente para a população. O tempo de antecedência com que se conhece um fenômeno é o principal fator. O serviço de informações poderia ser ao estilo do meteorológico. Isso é o que ocorre em outros países do mundo”, justifica.

Para João Adauto, a defesa civil deve informar à população, o mais rapidamente possível, a possibilidade de erupção iminente nas Ilhas Canárias. “Para isso, precisa passar a acompanhar a atividade desse vulcão, a partir do contato com os pesquisadores que o monitoram.”

Quanto mais rápido for conhecida a iminência de uma erupção, diz o geólogo, melhor. Rápido, nesse caso, são dias ou horas. “A população do Nordeste que habita as áreas costeiras de relevo mais baixo deveria se deslocar para áreas mais elevadas das cidades litorâneas ou do interior. O recomendado é que fiquem em altitudes superiores às alturas das ondas do mar.”Antes de alcançar Fernando de Noronha, a onda gigante atingiria os Estados do Ceará, Piauí, Maranhão e litoral norte do Rio Grande do Norte. “Paraíba está mais susceptível que Pernambuco”, acredita Paulo Rosa. A onda viajará, prevê João Adauto, numa circunferência crescente e em todas as direções, seguindo para a costa leste dos Estados Unidos e Canadá, Caribe, México e América do Sul.

(Com informações do Jornal do Comércio)

Fonte: Jornal O Dia

quarta-feira, 10 de março de 2010

Governador de Alagoas assina projeto de lei que proíbe animais em circo

10-Mar-2010
Alagoas: Governador assina projeto de Lei que proíbe animais em circo

O vice-governador em exercício, José Wanderley Neto, assinou nesta quinta-feira (11), no Palácio República dos Palmares, o Projeto de Lei que proíbe a utilização de animais selvagens, domésticos, silvestres, domesticados ou exóticos em espetáculos circenses.

A solenidade de assinatura contou com a presença de representantes do Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (Neafa), de quem partiu a iniciativa de criação da Lei. Eles estavam emocionados e agradecidos ao governo do Estado por ter abraçado a causa em defesa dos animais. Agora, o projeto será encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) para aprovação.

O governador José Wanderley afirmou que a Lei representa a defesa da vida, que é prioridade do atual governo. “Padre Antônio Vieira dizia que somos o que fazemos e, quando não fazemos, não existimos, apenas duramos. Hoje é um dia muito especial porque nós estamos fazendo”, citou.

O secretário-chefe de Estado do Gabinete Civil, Álvaro Machado, destacou que a causa foi abraçada com muita satisfação pelo governo de Alagoas e afirmou que assinatura do projeto é um marco para o Estado. “As pessoas precisam saber que o espetáculo, para elas, começa quando as luzes se acendem, mas que para as animais, ele começa quando as luzes se apagam. Precisamos agir localmente pensando globalmente”, disse.

O presidente de honra do Neafa, Ismar Gatto, esteve presente à solenidade e falou sobre a evolução biológica e a vida, enfatizando que a desigualdade entre a humanidade também é refletida nos animais. “O homem vive como se fosse a última espécie do planeta. Não se preocupa com o amanhã, com o que vai ser deixado para as próximas gerações”.

Além de proibir animais em circos, a Lei tembém prevê punições que vão da interdição do estabelecimento à multas diárias. Os responsáveis pelo cumprimento da Lei em Alagoas serão a Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).

O comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, Ten.Cel. Maxwell dos Santos, destacou a importância do projeto de Lei assinado nesta quinta-feira. Segundo ele, estados como Rio Grande do Sul e Pernambuco já possui Lei que proíbe animais em circo.

“Essa é uma questão de preservação, pois os animais são tirados do habitat natural e colocados no circo, onde ninguém sabe o que acontece com eles. Hoje, sem o projeto, nós apenas podemos fiscalizar, observar se os animais estão alimentados, se existe veterinário fazendo acompanhamento e coisas desse tipo. Quando a Lei entrar em vigor, tudo vai melhorar e vamos poder punir, caso algum bicho seja utilizado em espetáculos de circo”, comentou.

O Neafa é formado por voluntários que realizam atendimento veterinário, esterilização de animais abandonados e promovem adoção de animais, entre outras ações.

Representantes da Polícia Militar (PM), do Instituto do Meio Ambiente (IMA), do Ministério Público Estadual (MPE) estiveram presentes à assinatura do projeto.

Fonte: Tribuna Animal

Pesquisadores projetam plástico biodegradável à base de vegetais

09/03/2010 - 11h53
IBM projeta plástico biodegradável à base de vegetais

da France Presse, em San Francisco

Pesquisadores da IBM anunciaram nesta terça-feira (9) a descoberta de uma forma de fabricar plástico a partir de plantas para substituir produtos à base de petróleo que prejudicam o ambiente.

A empresa promete a obtenção de um plástico biodegradável fabricado de tal maneira que permita economizar energia, segundo Chandrasekhar "Spike" Narayan, diretor de Ciência e Tecnologia do Centro de Pesquisas da IBM em Almaden, no norte da Califórnia.

Pesquisadores das universidades de Almaden e Stanford ressaltaram que seus resultados anunciavam o início de uma era de sustentabilidade para a indústria do plástico, com "produtos quase eternos que não encherão as lixeiras em todo o mundo".

"Esta descoberta e este novo enfoque por meio do uso de catalisadores orgânicos poderão nos permitir obter moléculas bem definidas e biodegradáveis a partir de fontes renováveis de uma maneira responsável" para com o ambiente, ressaltou a IBM em um comunicado.

A descoberta da "química verde" com "catalisadores orgânicos" permite obter um plástico reciclável várias vezes, em vez de apenas uma, como ocorre com o fabricado por meio do uso de catalisadores de óxido de metal.

Medicina

Esses "plásticos verdes" poderão também servir para aperfeiçoar tratamentos médicos, como o tratamento contra o câncer, destinado a eliminar as células malignas sem afetar as sãs.

"Estamos explorando novas formas de aplicar a tecnologia e nossa perícia em ciências de materiais para criar um sólido futuro sustentável para o ambiente", afirmou o diretor do laboratório de pesquisas, Almaden Cheng.

A IBM trabalha com cientistas na "Cidade saudita para a Ciência e a Tecnologia" de King Abdul Aziz para pôr em prática a descoberta.

"Estamos começando a estudar a variedade de coisas que podemos fazer com isso", ressaltou Narayan.

Os resultados do trabalho foram publicados nesta semana na revista "American Chemical Society's Macromolecules".

segunda-feira, 8 de março de 2010

Senadora Marina Silva fala da Serra Vermelha

Segunda, 8 de março de 2010, 07h45 Atualizada às 08h45
Sinal amarelo para a Serra Vermelha

Marina Silva
De Brasília (DF)

Caatinga, em tupi-guarani, significa mata branca. Recebeu esse nome porque a vegetação fica desfolhada no período da seca e com uma cor esbranquiçada. Esse bioma só existe no Brasil e as últimas áreas nativas de caatinga que existem no país ficam no Piauí.

Naquele estado também se encontra um região muito exuberante e peculiar, chamada de Serra Vermelha. Com cerca de 120 mil hectares, fica no sul do Piauí e abriga um mosaico de ecossistemas: cerrado, caatinga e mata atlântica. É uma área de transição única, com tantas variações de vegetação que é até difícil definir onde termina e onde inicia cada tipo.

Juntamente com a Serra das Confusões e com a Serra das Capivaras, a Serra Vermelha forma um conjunto com belezas e particularidades naturais que deveria ser mais conhecido dos brasileiros.

A mistura de vegetação acaba propiciando uma maior diversidade biológica e de espécies endêmicas. Na região é possível encontrar animais ameaçados de extinção, como a onça pintada, a suçuarana, o tamanduá-bandeira e a arara-azul-de-lear.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) registraram a presença de mais de 340 tipos de vertebrados terrestres como anfíbios, répteis, aves e mamíferos com várias espécies ainda desconhecidas pela ciência.

A Serra Vermelha é também uma importante área de captação e infiltração de água da chuva, responsável por alimentar os mananciais próximos, incluindo a área conhecida como "pantanal do Nordeste", tal a diversidade de fauna e flora. Sua localização e formação geológica servem ainda como um divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Parnaíba e São Francisco, e como recarga de aqüíferos.

Mesmo sendo responsável pela captação de água, a Serra Vermelha está inserida numa das regiões mais carentes de recursos hídricos do país. O que acaba determinando outra característica do local, o solo frágil e arenoso. Para se ter uma idéia, próximo ao município de Gilbués, está o maior núcleo de desertificação do Brasil.

Mas apesar de toda essa importância ecológica, a proposta do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de criação do Parque Nacional da Serra Vermelha tem enfrentado forte oposição do governo do Piauí e de alguns setores econômicos.

Os estudos técnicos do grupo de trabalho organizado pelo MMA indicaram que o parque da Serra Vermelha deveria ter uma área de aproximadamente 440 mil hectares. No entanto, segundo denúncias de movimentos sociais e ambientalistas, estaria sendo fechado um acordo com o governo do Piauí para diminuí-la quase pela metade, para assegurar áreas para o produção de carvão, plantio de grãos e pecuária.

Se isso se confirmar, estaremos diante de um grave erro. Um patrimônio biológico como aquele só se encontra naquela área. Nem mesmo argumentos econômicos seriam capazes de sustentar essa opção, pois os resultados dessas atividades podem ser plenamente superados com uma política séria de desenvolvimento sustentável e de ecoturismo, criando um novo círculo virtuoso de bem-estar humano naquela região.

Quando foram criados 24 milhões de hectares de unidades de conservação no Brasil, durante minha gestão no Ministério do Meio Ambiente, apesar de forte resistência, percebemos que existe sustentação política na sociedade brasileira para que o gestor público faça a escolha certa.

Sem dúvida alguma, optar por preservar a biodiversidade e os serviços ambientais associados, como por exemplo, à proteção dos mananciais hídricos, significa maximizar os benefícios sociais, econômicos e ambientais.

Trata-se de uma escolha determinante para o explorado semiárido nordestino, região que será muito afetada pelos efeitos negativos da mudança climática global, caso não se tenha sucesso em mitigá-la.

O sinal amarelo está aceso para a Serra Vermelha. Esperamos que o governo faça a escolha certa e acenda o sinal verde para a proteção integral daquela extraordinária área.

Marina Silva é professora de ensino médio, senadora (PV-AC) e ex-ministra do Meio Ambiente.

Fonte: Terra Magazine
Link: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4306760-EI11691,00-Sinal+amarelo+para+a+Serra+Vermelha.html

sábado, 6 de março de 2010

Brasil Ecodiesel perde selo social e espaço em leilões da ANP

Sábado, 06 de Março de 2010
Brasil Ecodiesel perde selo social e espaço em leilões da ANP

Empresa não usou o mínimo de 50% de mamona de produtor familiar

Eduardo Magossi

O Ministério do Desenvolvimento Agrário informou, ontem, que suspendeu por um ano o Selo Combustível Social da empresa produtora de biodiesel Brasil Ecodiesel. A decisão foi publicada pelo Diário Oficial da União. A decisão diz respeito a problemas verificados na empresa em 2007, quando a Brasil Ecodiesel não utilizou a porcentagem de produtos de origem de agricultura familiar pedido pela lei, que era na ocasião de 50%.

O presidente da Brasil Ecodiesel, Mauro Cerchiari, explicou que, com a suspensão, a empresa fica impossibilitada de participar dos leilões de compra de biodiesel organizados pela Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustível (ANP). A Brasil Ecodiesel poderia usar a produção de suas usinas Iraquara e Itaqui.

Os leilões de biodiesel realizados pela Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) são divididos em dois lotes. O primeiro, com 80% da oferta de demanda, está acessível apenas para quem possui o Selo Combustível Social - ou seja, de quem compra parte da matéria-prima de pequenos produtores. Os outros 20% do leilão estão abertos para as empresas que não possuem o selo.

Cerchiari ressalta que os advogados da empresa estão estudando a melhor maneira de recorrer da suspensão do Selo Combustível Social. A perda do certificado ocorre em um momento em que a Brasil Ecodiesel obteve o maior lucro de sua história e, no último leilão, realizado no início da semana, foi a segunda maior vendedora no leilão, com 69 milhões de litros de biodiesel, 12,2% do total.

MAMONA

O diretor de relações com investidores da Brasil Ecodiesel, Charles Mann Toledo, explica que, em 2007, a Brasil Ecodiesel investiu muito na produção de mamona para atender aos requisitos do Selo Combustível Social. "A empresa distribuiu sementes e deu assistência técnica para os produtores e fez acordos de compra da mamona", disse. Porém, no momento da colheita, a cotação da mamona estava bem mais elevada que o preço fechado anteriormente e os produtores não quiseram entregar o produto.

Ele ressalta que, naquele momento, os preços da mamona estavam bem mais elevados que os do biodiesel, o que tornou inviável a compra do produto nos preços pedidos pelos produtores. "Dessa forma, a Brasil Ecodiesel deixou de entregar o porcentual de produto da agricultura familiar requerido pela lei."

Para Toledo, o grande erro foi a Brasil Ecodiesel apostar todas as suas fichas na agricultura familiar com base na produção de mamona. "Ela deveria ter diversificado sua produção e apostado em outras oleaginosas para não ficar refém da mamona", disse. Desde junho de 2009, a nova administração da empresa, comandada por Cerchiari, conseguiu levar a empresa de volta ao lucro, tendo como base a maior utilização da soja como matéria-prima.

No terceiro trimestre de 2009, a empresa obteve seu maior lucro histórico, de R$ 5,247 milhões. Atualmente, a empresa usa apenas soja como matéria-prima para a produção de biodiesel, abandonando os projetos de oleaginosas alternativas.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 4 de março de 2010

Com 54% do bioma, Caatinga perde duas cidades de SP por ano

03/03/2010 - 09h51
Com 54% do bioma, Caatinga perde duas cidades de SP por ano

MARTA SALOMON
da Folha de S. Paulo, em Brasília

A caatinga vem perdendo por ano uma área de sua vegetação nativa equivalente a duas vezes a cidade de São Paulo, revelou o primeiro monitoramento já feito sobre esse bioma.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, resta pouco mais da metade --53,62%-- da cobertura vegetal original típica do semiárido nordestino.

A principal causa de desmatamento na região é a produção de energia. Abatida, a mata nativa é transformada em lenha e carvão destinados a abastecer siderúrgicas nos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo ou a mover indústrias de gesso e cerâmica instaladas no próprio semiárido.

"Sem estimularmos alternativas de geração de energia, como gás natural ou energia eólica [dos ventos], não vamos conter o desmatamento na caatinga", observou ontem o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) ao divulgar os números do monitoramento do bioma, que só existe no Brasil.

Minc classificou de "intolerável" o ritmo do corte da vegetação no local e anunciou para breve novas ações de repressão no semiárido. Recentemente, o ministério mandou parar parte das indústrias de gesso instaladas na região.

Dados de satélite indicam que a caatinga perdeu, num período de seis anos, entre 2002 e 2008, 16.576 quilômetros quadrados de vegetação nativa. Isso equivale a 2% do bioma, que detém cerca de 10% do território nacional. O ritmo do desmatamento é semelhante ao verificado na Amazônia.

Apesar do porte menor das árvores, o abate da caatinga foi responsável pelo lançamento de 25 milhões de toneladas de carbono por ano na atmosfera.

Isso significa o dobro do corte das emissões de carbono planejado pelo governo com medidas de eficiência energética em 2020. Ou o equivalente à geração de energia por fontes alternativas, como pequenas hidrelétricas e usinas eólicas, também em 2020, conforme as metas oficiais do país.

O desmatamento na caatinga preocupa porque a região do semiárido já foi identificada como uma das áreas mais vulneráveis no Brasil às mudanças climáticas. Um terço da economia pode ser afetado com o aumento da temperatura.

Carlos Minc adiantou que o bioma também deve contar com metas para a redução do abate de árvores, da mesma forma que a Amazônia e o cerrado.

"A Amazônia é fundamental, mas o ministério não pode ser samba de uma nota só", disse. Uma das medidas em estudo é a criação de mais unidades de conservação na caatinga, como a que será estabelecida na serra das Confusões (PI) neste mês. Áreas protegidas representam atualmente 7% do bioma.

Bahia e Ceará concentram mais da metade do desmatamento medido pelo ministério no período mais recente, até 2008. O município de Acopiara (CE) lidera o ranking. Em Alagoas, o ritmo foi menor, mas restam poucas áreas preservadas no Estado.

O padrão de corte de árvores na caatinga é diferente do verificado em outros biomas já monitorados. Nos últimos anos, os satélites mostram que o desmatamento ocorreu de forma pulverizada na região.